segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Igreja Católica, o PT, o MST e os Direitos Humanos

João Bosco Leal*


Em outubro do ano passado, todo brasileiro pôde assistir, pelas emissoras de televisão, as imagens criminosas do MST derrubando 12.000 pés de laranja produzindo, na fazenda do grupo Cutrale, líder mundial na produção de suco de laranja e um dos maiores exportadores do país.

Na semana passada, a Justiça emitiu vinte ordens de prisão contra os líderes do grupo. Após cumprir parte da ordem, a polícia mostrou um vídeo, apreendido na casa do chefe local do MST, Miguel Serpa, onde o mesmo aparece, momentos antes da invasão, incitando seus comparsas: “Viemos aqui para, no mínimo, dar prejuízo”.

Como presidente da Cocafi, uma cooperativa de prestação de serviços aos assentados da região de Iaras, município onde se localiza a fazenda invadida, Serpa assinou junto ao INCRA, no ano de 2007, um convênio no valor de R$ 13,4 milhões, mostrado esta semana pelo Jornal Nacional.

O compromisso era explorar a madeira e, com o dinheiro arrecadado, realizar melhorias no assentamento, sendo que, de acordo com os assentados, nada foi feito. Agora, Serpa responde na Justiça por desvios de recursos obtidos com a venda de madeira do INCRA, numa operação cujo prejuízo aos cofres públicos foi calculado em R$ 4 milhões.

Em outro vídeo, o ex-prefeito de Iaras, Edson Xavier, do PT, e a esposa de Serpa, vereadora também do PT, chamada Rose MST, aparecem dizendo aos invasores o que eles deveriam fazer para destruir as lavouras e os equipamentos.

A polícia também encontrou, em um assentamento do MST próximo, toneladas de adubo, defensivos agrícolas, máquinas, motores, ferramentas, combustíveis, mudas de laranja e até computadores pessoais dos funcionários, tudo roubado da fazenda invadida, identificado através de números de série e pelos funcionários da propriedade. Também foi encontrada, no mesmo assentamento, uma arma Winchester calibre 44, de uso exclusivo das forças armadas.

Após toda essa bandidagem, leio agora um manifesto da Comissão Pastoral da Terra, CPT, órgão da Igreja Católica que patrocina invasões de terra, criticando a “espetacularizção” das prisões desses bandidos.

O texto diz: "A imagem de Miguel Serpa [líder do MST] algemado foi estampada nos jornais e veiculada nos noticiários dos canais de televisão brasileiros. Onde estão o presidente do STF, Gilmar Mendes, e os demais ministros do Supremo e os políticos tão ciosos da preservação da dignidade humana? Por acaso se ouviu da parte deles a condenação do abuso da ação policial na prisão dos trabalhadores?", questiona a CPT.

"O que é mais grave, a destruição de alguns pés de laranja ou o assalto aos cofres públicos? Na interpretação das mais altas autoridades do Judiciário, quem desvia recursos públicos, quem se locupleta com os bens da nação, merece um tratamento cuidadoso, pois sua dignidade não pode ser arranhada".

Nos últimos anos, a Igreja Católica vem se envolvendo cada vez mais em assuntos distintos daqueles para o qual foi criada, a evangelização, tornando-se uma das maiores, ou a maior incentivadora das invasões de terras, tanto por sem-terras através da CPT, como por índios através do CIMI.

Agora, pelo manifesto, briga para que bandidos presos não possam usar algemas, pois não é “digno”, como também o fizeram lideranças do PT e do MST realizando diversas manifestações contrárias às prisões, inclusive no Fórum Mundial Social que ocorria durante a semana. Para a sociedade brasileira, ficam cada vez mais claros os elos que envolvem a Igreja, o MST e o PT.

Parece que “digno”, para a CPT, o CIMI, o PT e o MST, é destruir, roubar, matar e poder continuar aplicando golpes contra o estado de direito, a democracia e a convivência em sociedade, sem ser molestado, sem que ocorra nenhum tipo de consequência, pois o governo é do PT.

A Igreja comparou, no manifesto, a gravidade dos que destroem “alguns” pés de laranja com a dos que assaltam os cofres públicos, para se referir ao tratamento utilizado pela polícia. Não é necessário haver comparação, pois, assim como os assaltantes do patrimônio público, os invasores, destruidores e ladrões de propriedades rurais, de casas, de veículos, ou os traficantes dos morros cariocas, são TODOS BANDIDOS, TANTO QUANTO OS PADRES PEDÓFILOS.

A CPT, o CIMI, o MST e o PT ainda não promoveram nenhuma manifestação em favor dos que já foram roubados, humilhados ou morreram nessas invasões. Também nunca se pronunciaram em apoio aos familiares dos soldados mortos em combates com traficantes ou das crianças molestadas sexualmente.

Se estas entidades querem falar sobre Direitos Humanos, vamos falar sobre o direito de todos, e não só sobre o dos “companheiros” envolvidos na luta pela mudança do regime político no país, agora através da tomada generalizada do Poder Constituído, já que muitos deles tentaram, em outra ocasião, através dos diversos assaltos e crimes cometidos na guerrilha armada, e não conseguiram.
*João Bosco Leal – www.joaoboscoleal.com.br